Classificação e Sistemática

CLASSIFICAÇÃO E SISTEMÁTICA
 
PRIMEIRAS IDEIAS SOBRE CLASSIFICAÇÃO
À medida que a cultura e as primeiras civilizações se desenvolveram, surgiram também as primeiras tentativas de classificar as espécies já conhecidas. Classificar é agrupar objetos (ou seres vivos) de acordo com um critério, como suas semelhanças ou diferenças.
A CLASSIFICAÇÃO NA ANTIGUIDADE
No século IV a.C. nasceu e viveu na Grécia o filósofo e naturalista Aristóteles, que realizou importantes observações acerca dos seres vivos, descreveu aspectos de seu comportamento, reprodução e habitat (local onde vivem).
Em sua classificação, um dos aspectos mais interessantes foi o fato de os seres vivos estarem organizados em odem crescente de complexidade, a scala naturae, que ia desde as plantas, consideradas seres mais simples e imperfeitos, até os seres humanos. A essência deste pensamento, no qual a nossa espécie estaria no ápice da escala da natureza, persistiu até o século XIX, quando Darwin apresentou suas ideias sobre a evolução e a seleção natural.
Teofrasto, aluno e sucessor de Aristóteles, tinha grande interesse pelas plantas, e realizou um importante trabalho, registrado no livro Historia plantarum, no qual as plantas foram classificadas em ervas, arbustos e árvores. A classificação de Teofrasto baseava-se em características como formas de reprodução, ambientes onde viviam, métodos de semeadura, aplicações práticas e utilizada como fontes de alimento para animais e seres humanos.
A CLASSIFICAÇÃO NA IDADE MÉDIA
Santo Agostinho, filósofo e teólogo que viveu no século IV d.C., classificou os animais baseando-se em critérios subjetivos. Segundo ele, os animais eram separados em úteis, indiferentes ou nocivos ao ser humano.
O APRIMORAMENTO DOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
O principal problema dos primeiros catálogos e sistemas de classificação estava no fato de serem fundamentados, quase sempre, em critérios arbitrários, largamente influenciados por uma visão subjetiva da natureza, ou seja, partiam de uma interpretação individual.
À medida que os métodos de classificação eram aprimorados, tornava-se evidente que características como comportamento, habitat ou utilidade para seres humanos não eram critérios adequados para a classificação, pois não refletiam os aspectos próprios de cada espécie. Um animal pode, se necessário, mudar de ambiente para encontrar comida e melhores condições de sobrevivência.
Os critérios artificiais, substituídos por informações advindas da observação, passaram a ser morfologia (do grego, morphos, “forma” ou “estrutura”) e a fisiologia (do grego physis, “natureza” ou “função”).
OS PRIMÓRDIOS DA TAXONOMIA
Taxonomia: ramo da Biologia que identifica, descreve, nomeia e classifica os seres vivos em categorias.
A classificação de Lineu
            Nascido no século XVIII, Carl Von Linné (também conhecido como Lineu ou Carolus Linnaeus) passou grande parte de sua vida observando, classificando e nomeando espécies vegetais e animais. Lineu dividiu a natureza em três reinos: vegetal, animal e mineral.
Cada reino foi dividido em classes, cada classe, em ordens, cada ordem, em gêneros, e os gêneros, em espécies. Mesmo bastante modificado nos séculos seguintes, o sistema de Lineu é a base da taxonomia empregada até hoje.
Os princípios de sua classificação foram expostos na obra Systema naturae, publicada pela primeira vez na Holanda, em 1735.
Nomenclatura binomial
A contribuição mais importante de Lineu foi estabelecer as regras de nomenclatura científica. Lineu reduziu os nomes das espécies a apenas duas palavras, a primeira para o gênero e a segunda para a espécie. Esse tipo de nomenclatura é conhecido como binomial.
Atualmente, os nomes científicos devem obedecer a algumas regras simples quando são escritos.
– o gênero deve ter sempre a inicial maiúscula; por exemplo, o gênero ao qual pertence o ser humano se escreve Homo.
– a segunda palavra, que designa a espécie, deve ser escrita em letras minúsculas e é sempre precedida pelo gênero: Homo sapiens.
– os nomes devem ser escritos em latim ou com palavras latinizadas: Homo sapiens.
– no texto impresso, as duas palavras devem destacar-se do texto principal, usando o tipo itálico: Homo sapiens; quando escritas à mão, devem ser sublinhadas separadamente: Homo sapiens.
– quando o texto se refere ao gênero como um todo, sem fazer referência a uma determinada espécie, pode ser escrito sozinho, seguido da abreviação sp, que significa uma espécie qualquer: Homo sp.
CATEGORIAS TAXONÔMICAS ATUAIS
As categorias ou níveis taxonômicos atuais seguem alguns conceitos propostos por Lineu. Elas são, da mais abrangente para a mais específica: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.