Relações ecológicas: Harmônicas

As relações podem ser divididas em intra-específicas, quando entre indivíduos da mesma espécie ou inter-específicas, quando entre indivíduos de espécies diferentes. Grande parte dessas relações são de base alimentar. Entretanto as interações entre as populações são muito mais complexas.

Existem três tipos de relação:

=> Positivas ou harmônicas: Quando não há prejuízo de nenhum dos associados;

=> Negativas ou desarmônicas: quando pelo menos um dos indivíduos é prejudicado;

=> Neutras: quando um ou mais espécies compartilham um mesmo ambiente sem serem afetas pelas outras.

=> Intra-específicas

A) Sociedade (+/+):

É caracterizada por indivíduos da mesma espécie que se agrupam de maneira estável para obter algumas vantagens. Nelas é comum a divisão e trabalho. Podemos observar dois tipos de sociedade:

=> Isomorfas: Nestas sociedades todos os indivíduos nascem iguais, sem predefinição morfológica de trabalho. E muito comum entre sociedade de vertebrados, como peixes, lobos e próprio homem.

=> Heteromorfas: Entre insetos sociais como as formigas, cupins e abelhas, a divisão de trabalho atinge seu nível máximo. Cada indivíduo é anatomicamente modificado para a função que realiza. Dentro dessa variedade de formas, cada grupo diferente é denominado casta.

B) Colônia (+/+):

É caracterizada pela união de indivíduos da mesma espécie em nível anatômico e fisiológico. Eles apresentam um grau profundo de interdependência, sendo impossível a vida quando isolados. E comum entre organismos com o sistema nervoso pouco desenvolvido ou inexistente. Esse fator impede uma união em nível comportamental como a vista nas sociedades.

Podemos identificar dois tipos de colônia:

=> Homemórficas: Não há diferença morfológica entre os indivíduos da colônia nem divisão do trabalho. Exemplo: Corais.

=> Heteromórficas: Os indivíduos que compõe a colônia apresentam diferenças morfológicas e divisão do trabalho. Ex: Caravela

=> Inter-específicas

A) Mutualismo (+/+):

Alguns tipos de relação se caracterizam, pela união entre de indivíduos de espécies diferentes, onde estes se encontram intimamente associados. Essa associação se dá a nível anatômico e fisiológico, ocorrendo troca de alimento e produtos metabólicos. O grau de interdependência é tão alto que a separação dos indivíduos impossibilita a sobrevivência de ambos.

Alguns exemplos comuns de mutualismo:

=> Cupins e Protozoários: Cupins se alimentam de madeira sem contanto, possuir a enzima responsável pela digestão de celulose, que é o principal componente da madeira. Entretanto no aparelho digestivo dos cupins existem protozoários capazes de digerir a celulose, tornando a energia contida nessa molécula acessível para ambos os organismos.

=> Leguminosas e bactérias: Bactérias vivem no interior das raízes de leguminosas, realizando a fixação de nitrogênio, que será utilizado pela planta para realização da fotossíntese. As bactérias presente nas raízes são muito sensíveis à ação oxigênio livre da atmosfera. Assim, as raízes oferecem proteção para as bactérias, contra a ação oxidativa.

=> Algas e fungos (Líquens): Associação de algas e fungos forma um novo organismo denominado líquen. As algas sendo organismos autotróficos fornecem matéria orgânica para os fungos. Estes por sua vez, criam um ambiente úmido, protegido e rico em sais minerais para que as algas realizem a fotossíntese. Ao agirem como um pequeno ecossistema (algas agem como produtores e os fungos como consumidores/decompositores), liquens podem se estabelecer em ambientes bastante desfavoráveis, sendo usualmente os organismos pioneiros na instalação de uma comunidade.

=> Fungos e raízes de vegetais: Algumas espécies de fungos se associam a superfície e ao córtex das raízes de plantas, formando uma associação denominada mícorríza. Os fungos facilitam a absorção de sais minerais pelas plantas, além de decomporem substâncias orgânicas para estas. Em troca as plantas fornecem produtos orgânicos da fotossíntese.

B) Protocooperação (+/+):

Embora os participantes se beneficiem, eles podem viver de modo independente, sem a necessidade de se unir. Ex: Um dos mais conhecidos exemplos é a associação entre a anêmona-do-ar e o paguro, um crustáceo semelhante ao caranguejo, também conhecido como Bernardo-eremíta ou ermítão. O paguro tem o corpo mole e costuma ocupar o interior de conchas abandonadas de gastrópodes. Sobre a concha, costumam instalar-se uma ou mais anêmonas-do-mar. Dessa união, surge o benefício mútuo: a anêmona possui células urticantes, que afugentam os predadores; o paguro, ao se deslocar, possibilita à anêmona uma melhor exploração do espaço, em busca de alimento.

C) Comensalismo (+/0):

Existem relações nas quais apenas um dos lados se beneficia sem, contanto, causar prejuízo ao outro. Muitos seres se aproveitam dos restos alimentares de outros, estando em perfeita harmonia com estes. Apesar de o termo comensal significar “aquele que come com alguém”, nem todos os casos de comensalismo têm caráter alimentar. Podemos separar as relações comensais em três tipos distintos:

=> Foresia: Quando um animal se prende ao outro, usando este como transporte. Ex: Rêmora x tubarão – a rêmora ou peixe piolho possui nadadeira dorsal modificada, funcionando como uma ventosa localizada sobre a cabeça e que serve para mantê-lo preso à parte ventral do tubarão. A rêmora, como o peixe-piloto, alimenta-se dos restos do alimento do tubarão.

=> Inquilinismo: Quando um animal usa o corpo de outro como abrigo. Ex: O fierásfer ou peixe-agulha, é um pequeno peixe que se esconde dentro do aparelho digestivo do pepino-do-mar (um equinoderma), sem, contanto, lhe causar prejuízo.

=> Epifitísmo: Quando vegetal serve de suporte para outros. Ex: Muito comum em vegetais de pequeno porte como bromélias e orquídeas, que se utilizam de uma posição privilegiada para captar a luz do sol.