Reino das Plantas

O CÓDIGO FLORESTAL

 

    O Código Florestal reúne as leis que regulamentam as áreas florestais em todo o território nacional em benefício do desenvolvimento econômico, da melhoria da qualidade de vida e da conservação dos ecossistemas. Dois conceitos fundamentais regulados pelo Código Florestal são as áreas de preservação permanente (APP) e as reservas legais (RL). Exemplos de APP são encostas e topos de morros e margens de corpos de água, entre outros.

    Proprietários rurais devem, obrigatoriamente, enquadrar suas áreas ao Código Florestal; portanto, toda propriedade que abrigar um rio, por exemplo, deve conservar uma faixa de vegetação em suas margens, que varia de 30 m a 500 m de largura conforme a largura do corpo de água. Em muitos casos, o proprietário é obrigado a recompor a vegetação.

    Deve ser preservada, também, uma fração da vegetação nativa, que varia de 20% a 80% da propriedade de acordo com o tipo de vegetação encontrada nesses locais. Essas áreas são conhecidas como reservas legais e seu principal objetivo é proteger a biodiversidade.

    Em 2012, o Código Florestal sofreu alterações que, por exemplo, isentam muitos proprietários rurais da obrigação de reflorestar áreas desmatadas ilegalmente no passado. Tais alterações causaram insatisfação entre os ambientalistas e geraram polêmica em todos o país.

 

SAMAMBAIA TÓXICA

 

    A samambaia Pteridium aquilinum, comum no Brasil, é utilizada como alimento em algumas regiões dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Entretanto, essa planta contém substâncias que podem provocar câncer de esôfago ou estômago.

 

MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS

 

    O uso medicinal de plantas é milenar e está arraigado às mais diferentes culturas no mundo. A partir da industrialização de plantas medicinais é produzido o medicamento fitoterápico (do grego phytos=planta e terapia= tratamento). Ao contrário do que se costuma pensar, um medicamento fitoterápico é uma droga como outra qualquer e cumpre uma série de exigências para garantir qualidade e segurança, além de comprovar seus efeitos terapêuticos. São exemplos de fitoterápicos os medicamentos à base de Ginkgo biloba, indicados para o tratamento de distúrbios cerebrais. Não são considerados medicamentos fitoterápicos os chás, os medicamentos homeopáticos e as plantas medicinais.

 

AFINAL, UMA ÁRVORE ESTÁ VIVA OU MORTA?

 

    Nem todas as estruturas que vemos, ao olhar para uma árvore, são constituídas por células vivas. Ao contrário dos animais, em que a maior parte das células se mantém viva, nas angiospermas muitos tecidos possuem células mortas, mas que ainda assim desempenham alguma função. Algumas partes da casca da árvore e a parte interna do tronco, por exemplo, são formadas por células destituídas de protoplasma vivo. A parede dessas células mantém-se firme, formando estruturas maciças e resistentes. Ao observar as árvores, portanto, lembre-se de que elas são seres vivos com muitas células mortas.

 

HERBÁRIOS

 

    O herbário é uma coleção composta de exemplares de plantas secas, com flores, frutos e sementes montados em cartolina ou preservados em líquido fixadores e amostras de madeiras. As plantas armazenadas no herbário podem ser herbáceas, arbustos ou árvores. Através do herbário podemos obter informações a respeito da morfologia, sistemática, distribuição geográfica, habitat, taxonomia, utilidade das plantas e afins, que são base para a realização de trabalhos na área de botânica e também etnobotânica. Muitas das espécies preservadas em um herbário são provenientes de locais onde a vegetação foi perturbada ou mesmo totalmente devastada, tornando os dados das etiquetas que acompanham esses exemplares ainda mais valiosos.

 

CONÍFERAS

 

    O maior grupo de gimnospermas é o das coníferas, com suas espécies em geral nativas de regiões de clima temperado. Nesse grupo, estão incluídos pinheiros, ciprestes, araucárias (pinheiro-do-paraná), sequoias (que podem passar dos 100 metros de altura), tuias, abetos, podocarpos, cedros, e taxódios e alguns Pinus que chegam a milhares de anos de idade: são as mais velhas plantas existentes.

    As coníferas, em geral, são árvores de grande porte, lenhosas, com um eixo principal, a copa de forma cônica, e folhas duras e estreitas. Elas apresentam estróbilos (cones ou pinhas), órgãos reprodutores masculinos e femininos, que irão produzir sementes nuas. Lembramos que as gimnospermas não têm flores nem frutos. Há espécies monoicas e dioicas. A polinização ocorre pelo vento, ou seja, são anemófilas, os grãos de pólen têm câmaras de ar que facilitam o seu transporte pelo vento.

    Na Europa, na América do Norte e na Rússia há florestas de coníferas. No Brasil, ainda restam no Sul algumas regiões, como a mata das araucárias (Araucaria angustifólia). Algumas espécies de coníferas exóticas, como o Pinus elliottii, de rápido crescimento, são plantadas no Brasil em projetos de reflorestamento para a produção de madeira e de papel. A madeira do pinheiro é muito usada em construções e caixotarias, para cabos de ferramentas, assoalhos, barricas, entre outros usos. Da resina do pinheiro é extraída a terebintina (utilizada como solvente de tintas a óleo=aguarrás), os galhos e a casca fornecem boa lenha. A semente, o pinhão, é um alimento rico em amido, muito apreciado.

    Uma particularidade de coníferas é a formação dos chamados anéis anuais de lenho, no caule, que permitem calcular a sua idade.