Plantas epífitas

Algumas plantas conseguem viver sobre outras sem retirar delas nenhum nutriente e, consequentemente, não lhe causar nenhum dano. Essas plantas, conhecidas como epífitas (epi = em cima; fito = planta), destacam-se por utilizar outro vegetal como suporte em pelo menos um estágio de sua vida sem retirar dele nenhuma substância.

Existem diversas espécies de plantas epífitas no planeta. Elas são encontradas, em sua grande maioria, em florestas tropicais úmidas, em especial as Florestas Neotropicais, sendo raras em ambientes com temperaturas baixas. Alguns autores estimam que 29000 espécies, cerca de 10% do total de plantas vasculares, apresentam esse hábito de vida, e grande parte delas são angiospermas.

O grupo de que mais apresenta plantas epífitas é o das , com destaque para a família Orchidaceae (orquídeas) e Bromeliaceae (bromélias). Além das angiospermas, as também possuem grande número de representantes com hábito epífito, como é o caso das samambaias.

Apesar de não retirar nenhum nutriente da planta na qual se fixa (forófito), uma espécie epífita beneficia-se dessa relação. Essa , conhecida como comensalismo, permite que a planta tenha mais acesso à luminosidade ao utilizar a outra como apoio, o que aumenta sua taxa fotossintética. Em um ambiente de floresta, por exemplo, as plantas próximas ao solo possuem pouco acesso à luz, daí a importância do epifitismo.

Para se fixar em outro vegetal, as plantas epífitas apresentam algumas importantes adaptações morfológicas, fisiológicas, anatômicas e até mesmo ecológicas. Entre as principais adaptações, podemos citar raízes aéreas que absorvem água e nutrientes, órgãos, além da folha, capazes de realizar fotossíntese, presença de tecidos que acumulam água (tecidos aquíferos), tricomas que ajudam na captação de água e associação com formigas – quando a planta fornece abrigo, e os animais, nutrientes provenientes das excretas e dejetos dos formigueiros.

As plantas epífitas também apresentam papel ecológico, sendo essenciais no fornecimento de alimento e água para espécies que vivem nas partes altas da floresta, além de proporcionarem material para a confecção dos ninhos. Essas espécies também atuam na ciclagem de minerais e na produtividade primária.

É importante frisar que as epífitas, por possuírem dependência mecânica das árvores, são diretamente afetadas pela destruição das áreas de floresta. Isso acontece porque, ao destruir essas áreas, as plantas ficam submetidas a uma maior radiação e temperatura, além da redução da umidade. Diante dessas características, muitos autores consideram as plantas epífitas como bioindicadores da destruição das florestas.

Atenção: Muitos autores consideram a relação entre as plantas epífitas e o forófito um exemplo de inquilinismo. Outros autores, no entanto, consideram o inquilinismo um tipo de comensalismo.

Ler matéria completa