Novo teste da vacina contra a malária não é satisfatório

Os mais recentes ensaios da«RTS,S», uma vacina contra a malária que está a ser desenvolvida há vários anos, não dera resultados satisfatórios. A proteção em bebês entre 6 e 12 semanas foi de apenas 31 por cento. O resultado dos testes, publicado no «New England Journal of Medicine», é considerado pela ONG Médicos Sem Fronteiras como ‘inaceitavelmente baixo’.
Um porta-voz do Instituto de Salud Global de Barcelona, organização que está por detrás do Centre de Recerca en Salut Internacional de Barcelona, laboratório que trabalha com o investigador Pedro Alonso, principal promotor do medicamento, desvaloriza as críticas.

Os resultados foram apresentados numa conferência na África do Sul e são parte de ensaios ainda em curso. Não desvirtuam outros já conseguidos, como os que foram anunciados há um ano e que indicavam uma proteção de 57 por cento em bebês entre os 5 e os 17 meses de vida”, afirma o instituto.
Os resultados referem-se ao seguimento, durante 12 meses, de 6 537 bebês. No ensaio foi administrada a vacina RTS,S juntamente com as vacinas de rotina que os bebés recebem aos 2, 3 e 4 meses de vida.
O ensaio foi realizado em 11 centros de investigação repartidos por sete países da África subsariana. O estudo, que se encontra na fase III (última antes da aprovação comercial), começou em Maio de 2009 e irá terminar 2014. “No final, a Organização Mundial de Saúde avaliará os resultados para decidir se pode recomendar o uso da vacina como medida de controle da malária”.

Numa vacina contra um vírus, uma eficácia menor que 90 por cento não é admissível, mas este não é o caso, visto a malária ser uma doença provocada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium.
Apesar de esta vacina não estar pronta para fazer parte do grupo de imunizações de rotina, o ensaio mostrou proteção a um subgrupo de crianças e deve ser visto como uma oportunidade. Os resultados sugerem que uma vacina contra a malária é possível, mas faz falta um conhecimento mais detalhado da resposta do hospedeiro para alcançá-la”, diz-se no editorial da revista.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=56177&op=all