Folhelho de Burgess

Os fósseis são o material de estudo da Paleontologia e a peça-chave para o entendimento da vida na Terra em tempos pretéritos. A formação dos fósseis é um processo bastante difícil e, na maioria das vezes, apenas as partes duras de um ser vivo são preservadas, sendo raros os registros de partes moles.

O famoso folhelho de Burgess (Burgess Shale), descoberto em 1909 por Charles Doolittle Walcott, na Colúmbia Britânica, Canadá, destaca-se por ter preservado uma grande quantidade de detalhes das partes moles de organismos invertebrados. Esses animais preservaram-se em três dimensões, o que garantiu um grande sucesso no reconhecimento de sua morfologia. Entre as partes preservadas, destacam-se os músculos, brânquias e partes do sistema digestório desses organismos.

Os seres vivos encontrados no Burgess retratam um evento importante na história evolutiva da Terra: a explosão Cambriana. Essa “explosão” ocorreu há cerca de 530 milhões de anos e representa o surgimento repentino – por isso, o uso do termo explosão – de vários animais no nosso planeta. Acredita-se que, em aproximadamente 20 milhões de anos, espécies simples e unicelulares deram espaço a complexas formas de vida que ficaram registradas para sempre nesse folhelho. Apesar de parecer muito tempo, do ponto de vista geológico e biológico, é um período relativamente curto.

Inicialmente, Walcott interpretou os fósseis de Burgess como formas ancestrais de grupos modernos, que, segundo ele, foram aperfeiçoadas com o tempo. Posteriormente, em 1971, Hary Whittington provou que não era possível incluir todos os fósseis de Burgess nos grupos atuais, sendo algumas espécies completamente diferentes de tudo que já havia sido visto.

A grande maioria dos fósseis encontrados no folhelho de Burgess é de , mas também são encontradas espécies de , vermes, esponjas, , entre outros. Entre as espécies encontradas no folhelho, destaca-se o Anomalocaris (figura acima), um animal invertebrado com cerca 60 centímetros que provavelmente era o grande predador dos mares do

Apesar desse registro fóssil ser de aproximadamente meio bilhão de anos, entender sua fauna é essencial para a compreensão da evolução através do tempo. Além disso, perceber como as espécies mudaram, surgiram e extinguiram-se na Terra fornece-nos meios para entender o que acontece e poderá acontecer com os seres vivos modernos, além de nos ajudar a tomar decisões a respeito do futuro do planeta.

Por Ma. Vanessa dos Santos

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SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. “Folhelho de Burgess”; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/folhelho-burgess.htm>. Acesso em 27 de setembro de 2016.

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