Estudo revela como e quando se desenvolveu a visão nos seres humanos

As origens de evolução da visão são há muito tempo alvo de um longo debate, sobretudo devido aos relatórios inconsistentes das relações filogenéticas entre os animais que mais cedo possuíram opsinas.
Estas proteínas sensíveis à luz e que são um elemento chave na nossa visão poderão ter evoluído mais cedo e com menos mudanças genéticas do que se pensava, sugere um novo estudo da University of Bristol.

A investigação utilizou simulações em computador para chegar a uma imagem detalhada de como e quando as opsinas evoluíram, tanto nos animais como nos seres humanos. Os cientistas começaram por fazer uma análise computacional de todas as hipóteses de evolução das opsinas existentes até à data. A análise incorporou toda a informação genômica disponível de todas as linhagens de animais relevantes, incluindo um novo grupo sequenciado de Oscarella Carmela e os cnidários, animais marinhos que, acredita-se, possuíram os primeiros olhos do mundo.Utilizando esta informação, os investigadores desenvolveram um cronograma com um antepassado da opsina, comum a todos os grupos que apareceram há 700 milhões de anos. Esta opsina era considerada ‘cega’, mas ainda assim passou por mudanças genéticas durante os 11 milhões de anos em que transmitiu a capacidade de detectar luz.“A grande importância do nosso estudo teve como pano de fundo o fato de termos encontrado a mais antiga origem da visão, e que ela se originou apenas uma vez nos animais. Isto é uma descoberta fantástica porque implica que o nosso estudo descobriu, como consequência, como e quando a visão evoluiu nos seres humanos”, explicou Davide Pisani, um dos investigadores do estudo.