Mola hidatiforme

A mola hidatiforme, também conhecida por gravidez molar, é uma complicação gestacional que ocorre em uma proporção de 1 a cada 2000 gestações nos países ocidentais e faz parte de um grupo de patologias conhecidas por Doenças Trofoblásticas Gestacionais (DTG). É uma condição benigna, porém com potencial para transformar-se em maligna.

A mola hidatiforme pode ser classificada em dois tipos básicos: a completa (MHC) e a parcial ou incompleta (MHP). Essas formas diferenciam-se através de aspectos histopatológicos e de cariótipo. Na MHC, há ausência de feto, enquanto na MHP ocorre a presença do embrião, que normalmente é inviável ou apresenta várias malformações.

Na MHC, como dito anteriormente, não há a presença do feto, do cordão e das membranas. Analisando-se o cariótipo, é possível observar que a fecundação ocorre em um ovócito secundário, que apresenta um núcleo ausente ou inativo, por um espermatozoide 23X, que duplicou seus cromossomos, ou então por dois espermatozoides. Há, nesse caso, uma dissomia uniparental, em que todos os genes possuem origem paterna. Essa anomalia cromossômica gera a perda precoce do embrião e causa uma proliferação do tecido trofoblástico. Em 90% dos casos de MHC, há um cariótipo feminino.

Na MHP, observa-se a presença de várias vesículas hidrópicas pequenas, além do tecido trofoblástico e do feto. Nesse tipo de mola, casos de anomalias cromossômicas, tais como trissomias, triploidias e tetraploidias, são comuns. Isso ocorre porque a MHP é resultado da fecundação de um ovócito secundário normal por dois espermatozoides ou um espermatozoide diploide. Esse tipo de mola hidatiforme dificilmente evolui para as formas malignas.

As mulheres que apresentam a doença normalmente possuem sangramento vaginal, que pode ser ou não acompanhado de cólicas. Esse sintoma surge normalmente entre a 4º e a 16º semana da amenorreia. Outra característica comum da mola é o volume do útero, que pode apresentar-se maior que a idade gestacional ou menor, dependendo da forma da doença. Além desses sintomas, podemos destacar a hiperemese e a toxemia precoce.

Acredita-se que a doença ocorra em maior quantidade em mulheres com mais de 40 anos, em adolescentes e naquelas que já apresentaram aborto espontâneo. O diagnóstico precoce é relativamente complicado, uma vez que inicialmente os exames de imagem não são precisos e os sintomas são comuns a outras patologias. A histopatologia ainda é o melhor método para o diagnóstico de mola hidatiforme.

Após a confirmação da doença, é necessário realizar o esvaziamento da cavidade uterina. Recomenda-se o esvaziamento através da técnica de aspiração a vácuo e posterior curetagem para assegurar a remoção de todo o material.

Após o esvaziamento, é fundamental que a paciente continue o acompanhamento médico em virtude, principalmente, do potencial maligno da doença. Devem ser feitas dosagens de hCG semanalmente até que sejam obtidos três resultados negativos consecutivos. Depois disso, as dosagens podem ser feitas mensalmente por um período de seis meses a um ano. Uma nova gestação é permitida após a avaliação de pelo menos seis meses consecutivos de negativação do hCG.

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